Há um certo e atávico instinto predador na nação americana. Durante os escassos dois séculos da sua existência sempre, com instinto de cruzada mas também obedecendo aos seus pulsões de predadores, caçaram alguma coisa, na sua óptica, supostamente maléfica para eles e portanto, também para o mundo, de quem sempre se reclamaram de constituir uma 5ª essência moral e ética. Índios, bruxas, esclavagistas, traficantes de álcool ou de drogas, assediadores ou abusadores sexuais, fumadores, terroristas, constituíram, conforme a psicose da época, o alvo das suas perseguições saneadores.
Nos princípio dos anos 50, perseguiam os comunistas que, segundo eles, se acoitavam dentro da América e da seu próprio aparelho do Estado. O rosto de mais essa “guerra justa” era um Senador do Estado de Wisconsin, chamado Joseph McCarthy e a sua actuação, conhecida por "Macartismo" ou "Caça às Bruxas" levou a que, durante esse período, todos aqueles que fossem meramente suspeitos de simpatia com o comunismo, tornarem-se objecto de investigações e invasão de privacidade. Pessoas da “média”, do cinema, do governo e do exército foram acusadas de espionagem a soldo da URSS. Muitas pessoas tiveram suas vidas destruídas pelos macartistas, inclusive algumas sendo levadas ao suicídio.
Nos cinemas passa nesse 1950, o filme de António Lopes Ribeiro, “Frei Luís de Sousa” baseado na obra de Almeida Garrett; Eugene Ionesco coloca em cena em Paris, “A Cantora Careca” dando assim início ao chamado teatro do absurdo. Também é publicado um livro, que continua a ser um “bestseller” editorial, mas, paralelamente alvo de contestação quanto à veracidade dos factos ali narrados. O livro, “O Diário De Anne Frank”, seria um texto de uma jovem alemã de origem judaica (1929-1945) que teria deixado um diário sobre a sua vida em Amesterdão onde vivia com a família, oculta num sótão, para escapar às perseguições que o ocupante nazi movia aos judeus. O diário estende-se de 1942 até Agosto de 1944 e só teria sido encontrado depois de terminada a II Guerra Mundial, ou a sua publicação tornar-se-ia importante nesse período. Anne acabou por perecer no campo de concentração de Bergen-Belsen, mas em regra é omitido esse dado, a sua morte, como a de milhares de outros prisioneiros ficou a dever-se a um assassino silencioso que proliferava nos campos – o tifo.
Uma arma de destruição maciça faz, esse ano, o seu aparecimento na cena mundial sem que isso tivesse dado origem a qualquer acto bélico contra a nação que a produzira, os Estados Unidos, pela voz do seu Presidente (Truman) anunciam ao mundo que passaram a produzir a bomba de hidrogénio. Ali ao lado, estava um organismo internacional chamado ONU ...
(PL950II)
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Caçando Bruxas, Comunistas, Fumadores, etc
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