terça-feira, 12 de abril de 2011

Revisitando Abril nos Meus Retratos a Sépia

Quando ao meio da manhã daquela quinta-feira de Abril o meu cunhado parou frente ao pequeno escritório, em segunda fila, o seu reluzente Wolkswagem Carocha 1500 e entrou, pressenti logo que andava novidade no ar.
– Ouviste as notícias de hoje?
– Não!
– Então liga o rádio e procura saber, porque houve esta madrugada uma revolução em Lisboa. Não se fala de outra coisa…

Foi assim o meu primeiro contacto com os acontecimentos militares de 1974. Com o decorrer do dia tentei acompanhar o evoluir do movimento militar. Inicialmente não foi fácil. De imediato, na rádio e na TV só se ouviam figuras envolvidas com o movimento: militares, políticos e gente que aparentando ser do povo a breve trecho se percebeu pelo discurso, serem militantes do Partido Comunista na clandestinidade ou de movimentos radicais de esquerda.

Do outro lado, da parte supostamente vencida neste confronto, não se ouvia qualquer voz; quer porque não estivessem suficientemente informados da situação para emitir qualquer tipo de opinião, quer porque, mais provavelmente, ninguém estava interessado em ouvir o que tinham para dizer e menos ainda, em lhes estender um microfone ou os focar perante uma câmara de televisão.  Ouviam-se figuras barbudas,  civis e militares, até aí totalmente desconhecidas declamar uns quantos lugares-comuns revolucionários e libertários e pouco depois, outras personagens dizerem outras coisas, quando não o seu contrário. Subitamente pareceu ter descido sobre Portugal um manto ideológico vermelho. Agora toda a gente era (e pretendia fazer passar a ideia que toda a vida o fora) comunista, marxista, leninista, estalinista, maoísta ou anarquista. Na frente deste desprezível vira-casaquismo nacional, alinhavam-se, com raríssimas excepções, a comunicação social de massas e os seus trabalhadores.

Era uma confusão, mas algo começava a tomar forma: realmente ocorrera um pronunciamento militar de esquerda em Lisboa, e o Poder constituído caíra sem oferecer qualquer resistência digna desse nome. Depois, tal como já tinha acontecido noutros momentos da História portuguesa em que há uma tomada de Poder hostil por outro sector político, o resto do país toma tranquilamente conhecimento do facto – não pelo telégrafo – como era habitual, mas através da rádio e da televisão. Instantaneamente a nação mudou de cor política e nada fez para além de acatar e submeter-se à nova autoridade.  À noite, frente às câmaras da TV o novo poder mostra a cara: um grupo de militares de alta patente assumem-se como Junta de Salvação Nacional.

A «salvação» anunciada no «lettering» do novo poder, iria dar lugar a uma sucessão de acontecimentos que transformaram o país. Mas não o salvaram, nem pouco mais ou menos, porque o tempo daquele tipo de salvadores já não era aquele, nem aquela era a forma de ajudar um país que na altura, precisava de resolver problemas concretos. Todavia não através destes «salvadores» (e daqueles que na sombra os influenciavam). Estes, da tal quinta-feira de Abril não vinham trazer soluções; vinham agravar os problemas de que eles mesmos já eram uma parte significante.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Sexo, Sociedade e Memória (3)


Uma cama cheia de surpresas...

Conheci também de muito perto uma outra situação hilariante, mas esta, tanto quanto sei, não passou pelo “falatório” em torno do Pelourinho, porque no interesse dos envolvidos e para evitar o escândalo, a história foi discretamente abafada e as vizinhas “linguarudas” nunca souberam o desfecho, ficando a supor que tudo se tinha solucionado através de uma concertação interna entre os protagonistas, o que realmente aconteceu. Que aconteceu?

Num prédio antigo da Covilhã, de  três pisos, um casal ocupava o rés-do-chão e um outro casal os dois andares de cima. A certa altura estabeleceu-se intimidade sexual entre a mulher que vivia no andar de baixo e o vizinho de cima. Este vizinho, era uma pessoa com um hábito invulgar; aproveitava todos os momentos que estava em casa após a saída do trabalho, para se meter na cama alegando cansaço físico. Era ali que a esposa, que se mantinha normalmente na cozinha, no piso superior ocupada com as lides domésticas, lhe levava as refeições. O hábito foi sendo consagrado pelo tempo e ninguém, que eventualmente lá fosse a casa, estranhava encontrar o nosso homem na cama.

Com alguma imaginação ele e a vizinha que andava a “comer” começaram a aproveitar-se disso. Então, ela subia sorrateiramente as escadas interiores que levavam do piso térreo ao primeiro andar e… enfiava-se na cama do nosso homem. Quando, por qualquer razão, a esposa descia da cozinha e vinha ao andar intermédio onde se situava o quarto do casal, numa altura em que a vizinha de baixo se encontrava lá dentro da cama, esta encolhia-se o mais que podia dentro dos lençóis, procurando fazer o menor vulto possível para passar despercebida, o que deve ter sucedido vezes sem conta.
 
Não sei quanto tempo durou a situação, mas esta alterou-se radicalmente quando algumas vizinhas mais dadas a mexericos e suspeições começaram a murmurar entre elas, e esse murmúrio chegou aos ouvidos da esposa do nosso homem cansado e acamado a tempo inteiro, por vontade própria

Um dia, há sempre um dia, a senhora, com os ouvidos cheios pelas tais vizinhas e pelas suas recomendações e recados para que “abrisse os olhos” para a realidade do que se estava a passar na sua casa (e, digo eu, na sua cama), desceu ostensivamente da sua cozinha e veio ao quarto do marido a pretexto de lhe perguntar qualquer coisa, mas então já com “mil olhos” para os relevos da cama. Algo deve ter visto porque, de sopetão puxou a roupa da cama toda para trás e lá dentro, muito aninhadinha e supostamente seminua, estava a vizinha de baixo. 

A história acaba aqui porque eu não sei mais pormenores, mas ao que julgo, o nosso homem cansado e voluntariamente acamado o tempo todo, depois de ouvir da esposa e da família aquilo que só poderemos imaginar, passou a ter uma vida mais activa e saudável, saindo de casa com a frequência que é normal nas pessoas que não têm um antro secreto dentro da própria cama conjugal.  

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Sexo, Sociedade e Memória (2)


O Sexo e a Liguagem dos Tempos

Do vernáculo que se escutava nas conversas no Pelourinho, muita coisa se perdeu com o tempo, substituído, como tantas outras por expressões equivalentes do inglês, actualmente amplamente hegemónico sobretudo entre a juventude. Quer isto dizer, que palavras que hoje se ouvem correntemente na TV – “fuck you” – por exemplo, entravam também nas conversas que se escutavam no Pelourinho,  só que, diga-se em abono da verdade, eram aplicadas mais parcimoniosamente no português falado e sobretudo jamais diante de senhoras ou crianças.

Não pretendo apresentar uma listagem exaustiva das expressões que então se ouviam, mas então ninguém ficava embaraçado se ouvisse dizer que fulano “ia às putas” quase todos os dias; que uma certa prostituta com o nome de guerra de Maria dos Fados, tinha uma forma própria de exigir o pré-pagamento dos seus serviços com uma expressão determinada e taxativa: “dinheiro na mão, cu no chão!”; que alguém referisse um terceiro para dizer que esse tinha apanhado um “esquentamento” (gonorreia – doença sexualmente transmissível) com determinada pessoa ou local; que a rapariga tal “já não tinha os três” (vinténs, que já não era virgem) ou também de que já estava “furada” com o mesmo significado; que certa mulher tinha posto “os palitos” (cornos) ao marido; 

Que uma pobre rapariga vinda do meio rural para a cidade tinha começado a namorar um soldado e que este a convencera a irem para um sítio ermo, onde então apareceram outros homens e a rapariga acabou ser violada por todos como se diria nos nossos dias mas que então se referia de uma forma mais simples e redutora – “apanhou uma geral”

Os preservativos existiam há imenso tempo, mas chamados desta maneira, e geralmente em surdina, só mesmo quando se ia discretamente à farmácia comprá-los. No dia a dia eram simplesmente designados por camisas de Vénus. As relações sexuais entre as pessoas não integravam o disparate e o contra-senso da expressão “fazer amor”, mas referiam-se a “engates” a “pôr-se nela” etc. 

Uma família da Covilhã era conhecida por uma alcunha, remotamente originada, suponho, por um  dito de um(a) sua ancestral, e que assim mesmo se transmitiu aos seus descendentes: eles eram os  Vaquesevenha (ler “vá, que-se-venha!”), como podiam ser os Tavares ou os Martins. O ouvido foi ficando familiarizado com a fonia da palavra, e as pessoas pronunciavam-na, ouvi-a referida em conversas femininas, mas ninguém se apercebia do que estava a pronunciar se a palavra fosse analisada com os seus componentes ortográficos devidamente separados.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Sexo, Sociedade e Memória (1)

Não ma magoem lá muito, porque ela tem andado adoentada!

Pelo Pelourinho, mais cedo ou mais tarde, acabava por passar toda a gente que vivia ou vinha à Covilhã. Centro privilegiado de cavaqueira, aqui falava-se de tudo. Como não seria de estranhar, entre muitos outros relatos de acontecimentos locais, as histórias picarescas que corriam no “boca-em-boca” da cidade, ali iam parar. Uma vez que a esmagadora maioria dos participantes nas conversas eram homens, a linguagem utilizada continha o “vernáculo” nacional e ainda algum caracteristicamente local. Essa linguagem é em si um património local, que até hoje ninguém se ocupou em fazer recolha. É assim como uma espécie de “folclore da linguagem” covilhanense, anos 50/60.


No poste “Sapato Apertado Não”, http://tinyurl.com/3xsrvjb ,tive ocasião de recordar uma dessas histórias que, com a reserva de factualidade que se tem de atribuir a tudo o que vem da fonte do “ouvi dizer…” correu a cidade: o famoso “39 ou 40”. Mas há outras do género, que chegaram até mim nesses anos do meio do século…

Havia um casal (gente modesta, operários têxteis ambos), em que a mulher – que acabou por ter o nome de guerra de “A Chatice”, porque repetia o termo recorrentemente e a despropósito - procurava ganhar uns dinheiritos extra oferecendo o corpo a uns quantos senhores, (…tudo gente do maior respeito, garantia ela às vizinha que sabiam do negócio).

A originalidade está no processo utilizado. Os tais senhores e, já agora também os amigos dos senhores e por fim os amigos dos amigos – passavam de automóvel na rua onde a dama vivia a uma determinada hora previamente combinada, através de uma espécie de “angariadora” – vulgo, alcoviteira, que recebia uma determinada quantia como se compreende. Tocavam a buzina e a senhora vinha. Mas, sempre acompanhada do marido, que a conduzia até ao carro, assim como quem vai fazer um reconhecimento do “ambiente” e das pessoas (geralmente era mais do que uma) que iam participar na operação. Então ela entrava para a viatura (que por vezes até era um táxi), partiam e o marido voltava para casa.

Umas pessoas que eu conheci, utilizaram estes “serviço” através de “marcação” prévia com a alcoviteira. O casal lá se aproximou do carro, olhou as pessoas, ela entrou e antes de o automóvel partir rumo a um paraíso algures num local ermo, o homem olha os ocupantes de frente e com m ar compungido faz-lhes um pedido: - “Olhem, por favor não ma magoem lá muito, porque ela tem andado adoentada!”

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A Avaria do Carro do Senhor de Chapéu à Diplomata.


Com cara de poucos amigos, atravessa a Praça do Pelourinho um cidadão da Covilhã, Ariel da Silva Melo e Castro de seu nome. Dirige-se à esquadra da Polícia para apresentar queixa, contra um seu vizinho, Manuel Infante a quem acusa de lhe ter furtado uma galinha e um galo 

duma capoeira que o queixoso possui no quintal. Baseia a sua suspeita no facto de aquele vizinho ter, no dia seguinte, convidado uns amigos para um lanche onde apresentou canja de galinha. A data registada na queixa pela polícia, referia um dia do mês de Fevereiro do ano 1952.

Pelo Pelourinho ouviam-se ecos de conversas onde imperava o desagrado e a suspeição de algumas pessoas: mais exactamente daquelas que possuíam um automóvel, que, refira-se, eram muito poucas. Na origem estavam editais da Câmara colocados pela cidade que avisavam os proprietários de veículos automóveis de que deveriam obrigatoriamente manifestá-los na respectiva Secretaria. 

A medida não era de modo algum arbitrária como se entende, e visava um objectivo concreto: a possibilidade de requisição das viaturas particulares para prestarem serviço público, nomeadamente ao serviço do Exército, no transporte de tropas, situação que se viria a verificar algumas vezes, especialmente quando ocorriam "manobras militares". Nesse tempo também o Exército não possuía frota automóvel suficiente para movimentar efectivos militares.

Certa ocasião, estando a tratar de assuntos pessoais numa secretaria do Batalhão de Caçadores 2 da Covilhã, presenciei, a meu lado, um sujeito bem vestido e com o seu “chapéu à diplomata” na mão, a vir dar conhecimento aos militares dessa repartição militar, que a (supostamente demorada) reparação do seu automóvel, tinha sido concluída e que portanto (implicitamente) a viatura estaria disponível perante o Exército. 

Ele saiu a seguir, mas eu fiquei ainda o tempo suficiente para ouvir o comentário que dois dos militares da repartição trocaram: - “Sacana, Judeu! Veio agora dizer que o carro já estava reparado, quando soube que as “manobras” (para as quais o carro podia ter sido requisitado) já acabaram. Assim, não só resguardou habilidosamente o automóvel, como, ao vir aqui agora, livra-se da multa em que incorria!”

Um anúncio colocado no Notícias da Covilhã dá conhecimento de que se vendem “teares manuais de maquineta e lisos, devidamente contingentados”. Este "contingentados" esclareça-se, tem a ver com a legislação de condicionamento industrial em vigor, a qual tornava possível a quem adquirisse os alvará de 2 teares manuais, pedir o seu abate e instalar em seu lugar um tear mecânico. Assim iam passando os dias na Covilhã.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Um Banco sem Dinheiro


Nada nos garante que o presidente da Câmara da Covilhã, Dr. Francisco Henriques da Silva, ao discursar em 1925, por ocasião da abertura da delegação do Banco de Portugal na rua Ruy Faleiro, intimamente pensasse que aquele não era propriamente o momento mais adequado para o evento. Mas teria muita razão. 

A beleza arquitectónica do edifício parecia querer mostrar para o exterior uma grandiosidade que estava bem longe de ter correspondência na solidez monetária e financeira do Banco e, por arrastamento, de toda a economia portuguesa. As reservas do Banco de Portugal eram, na altura, das mais baixas de toda a Europa. As fugas de capitais para o estrangeiro atingiam valores de hecatombe. 

É no meio de mais uma grave crise financeira, a que os portugueses já estavam habituados embora não conformados, que surge a descoberta da  grande burla do Banco de Angola e Moçambique. Alves dos Reis e seus cúmplices conseguiram que a própria casa impressora das notas de banco portuguesas lhes fabricasse duplicados das notas de 500 escudos. Notas falsas inundam o mercado. Desconhece-se o montante falsificado, que, segundo algumas fontes seria de 200 mil notas; mas a situação financeira portuguesa, de tão mal estar, pouco ou nada foi afectada.

A situação de penúria nacional é tal que em Lisboa, o Governador Civil pede ao Automóvel Clube de Portugal que contribua para a aquisição das fardas e dos capacetes especiais dos 90 polícias de trânsito...

Nalgumas casernas da tropa, velhos oficiais generais afiavam as respectivas espadas prevendo que iriam ter de usá-las, enquanto ainda havia um país…

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

E a Guerra Aqui Tão Perto...

A Emissora Nacional deu a notícia logo às primeiras horas daquele dia de Junho de 1940: «Paris tinha sido ocupada pelos Alemães!»

No grupo de pessoas que habitualmente ia à loja do Romano comprar o jornal e aí ficava a comentar a actualidade, a opinião era unânime: - «os exércitos de Hitler estavam imparáveis, e a ocupação da restante Europa ocidental, mera questão de tempo e de estratégia político-militar».
Alguém acrescentou a informação, ouvida na noite anterior na BBC, de que as poderosas Divisões Panzer estariam já concentradas nos Pirinéus aguardando instruções para executar a Operação Felix - a ocupação da Península Ibérica. Sentia-se medo no ar.

Em Lisboa, o Conselho de Ministros reunido em S.Bento, avaliava, preocupado a situação internacional: a França estava reduzida a um terço do seu território depois da instalação em Vichy de um governo francês colaborante com o invasor alemão e, em consequência do recente encontro de Hitler com Franco em Hendaya, na fronteira franco-espanhola, temia-se uma aproximação entre a Espanha e a Alemanha. A agressividade contra Portugal, da imprensa espanhola afecta à “Falange” de Franco,
já não pressagiava nada de bom.

Salazar e a diplomacia portuguesa, jogam com uma habilidade que teria por recompensa final, o mantimento do país fora do cenário da guerra, com o estatuto de país neutral e não beligerante. Ainda assim, saber-se-ia depois que, na pior das hipóteses, o Governo tinha um plano de contingência, pronto para ser executado e que passava, entre outras medidas, por se transferir para os Açores, se necessário.

Enquanto isso, os escaparates das livrarias exibiam o grande sucesso literário do momento: o livro de Arthur Koestler, “O Zero e o Infinito”: uma crítica contundente ao despotismo estalinista, que valeu ao autor a inimizade dos escritores Jean-Paul Sartre e Albert Camus.
Era também um livro que marcaria toda uma geração de comunistas – Partido ao qual o autor, um judeu húngaro que abandonara o seu país para escapar a um «pogrom» anti-semita - chegou a pertencer até 1938.
Koestler, viveu então um longo e acidentado percurso, com uma participação na Guerra Civil espanhola e uma passagem pela Legião estrangeira (esta para evitar uma deportação para Leste), até encontrar refúgio em Inglaterra.

A frase-chave de “O Zero e o Infinito”, ficaria para sempre a pairar sobre a “realidade negra” do chamado socialismo científico: - “O Partido nunca se engana, camarada. Tu e eu podemos enganar-nos. Mas não o Partido. O Partido é alguma coisa mais do que tu e eu e que mil outros como tu e eu. O Partido é a incarnação da ideia revolucionária na História”.

“O Zero e o Infinito”, é um desses livros que ultrapassam a sua época. Não é apenas um retrato de uma nação e seu sistema político, mas também, um “close-up” dramático sobre o estalinismo e os Processos de Moscovo.

Numa mesa à entrada no Café Central comentava-se elogiosamente a recente abertura da Exposição do Mundo Português, na Praça do Império em Lisboa, que algumas pessoas do grupo já tinham visitado e por isso a recomendavam aos outros. Na altura, nenhum deles o poderia saber, mas ter-se-iam de esperar quase 70 anos para que um evento de
dimensão semelhante, a Expo 98, tivesse lugar em Portugal.